Círculo Filosófico é uma atividade terapêutica de grupo na Casa das Palmeiras. Visa o bem estar emocional aliado à expressão reflexiva; o prazer espontâneo e descontraído do pensar.
Nós coordenadores da Casa, sempre observando um ou mais clientes que tenha como preferência, cotidiana, ficar sentado na mesma cadeira, mais isolado e distantes dos demais, ou num certo ateliê, todos os dias, desde a hora em que chega até a hora de voltar para sua casa, ou andando meio vago de um lado para o outro, pensamos desenvolver uma atividade para ocupar com prazer estas pessoas. Uma atividade em que possa estar presente de alguma forma.
Foi pensando em especial num cliente que esta atividade se fez surgir como experiência. Depois de três a quatro anos de aproximação silenciosa com gesto de comprimento, sempre dando ênfase ao seu nome, obtivemos significativas respostas: “Leonardo, boa tarde, tudo bem?” (nome fictício), “Leonardo, você passou bem o fim de semana?” – “L. quer um café, quer um suco?”. Sempre com poucas palavras, mas dirigidas com a maior atenção pessoal. Percebendo o quanto o canto dos seus olhos procurava a cada momento acompanhar os movimentos das pessoas na Casa, e, sabendo que dedicar assiduamente por uns minutos a esta pessoa seria o mais indicado, seguindo o fio condutor de Nise da Silveira, a emoção de lidar, um passo foi dado. Desta maneira, levemente, fomos nos comunicando. Num passado mais distante ele participava da atividade dos Contos de Fada sem se pronunciar, e gostava de tocar o violão. Alguma coisa o fez recuar, se interiorizar quase que ao extremo. Como um caracol permanece em suas profundezas sem saber o caminho da volta. Importante sabermos mergulhar nessas profundezas enigmáticas e com hábeis escafandros trazê-lo de volta.
Em muito contribuiu o trabalho de uma estagiária de psicologia com dedicação e esforços delicados de 2007 para 2008, conseguindo alguns progressos na criação plástica e mesmo na comunicação, nos pequenos gestos. O grande silêncio é a sua postura habitual. Algo deveria ser feito para mobilizar sua potencialidade humana em alguma forma de expressão.
Pensando nas idéias de vangard de Dra. Nise da Silveira ao afirmar: “O eixo da Casa das Palmeiras é cultural, não é psiquiatria nem psicologia”, que resolvemos tornar possível um encontro mensal.
Em muito contribuiu o trabalho de uma estagiária de psicologia com dedicação e esforços delicados de 2007 para 2008, conseguindo alguns progressos na criação plástica e mesmo na comunicação, nos pequenos gestos. O grande silêncio é a sua postura habitual. Algo deveria ser feito para mobilizar sua potencialidade humana em alguma forma de expressão.
Pensando nas idéias de vangard de Dra. Nise da Silveira ao afirmar: “O eixo da Casa das Palmeiras é cultural, não é psiquiatria nem psicologia”, que resolvemos tornar possível um encontro mensal.
Em dezembro de 2009 reunimos alguns clientes no Ateliê de Modelagem, espaço aberto, com o propósito de iniciar a atividade de reflexão que chamamos de Círculo Filosófico.
Cerca de seis clientes estavam sentados em torno da grande mesa de modelagem conversando depois do lanche. Às 16h15 me aproximei e começamos a conversar, quando provoquei o grupo, ali reunido, com a questão de que cada um de nós presente tem algo do gostar de pensar nas coisas da vida; seus princípios, suas causas, e que cada um de nós é um pensador, um filósofo. A concordância se fez logo; um deles disse: “eu sou filósofo, um estagiário disse que sou filósofo”, ao que confirmei; “sim, você é um filósofo, cada um aqui pensa na vida, portanto é filósofo, sabe pensar”. E me virando para outro cliente afirmei da mesma forma: “Fernando é, também, um filósofo, ele pensa nas coisas dele, nas razões da vida, nas suas realizações pessoais, e eu como cada um aqui presente sou, também, uma filósofa - concordaram. Voltei o meu corpo, me dirigi para L. que apenas acompanhava com os olhos nossas falas, e disse: “L. é também um filósofo”. Para surpresa nossa, com voz clara e firme ele se expressou: “Sou filósofo!”, quando com serenidade, outro cliente presente, L. A., de imediato afirmou: “Ele é filósofo do silêncio”. Eu e a estagiária presente ficamos perplexas com a lógica e a coerência das colocações dos dois. A mente clara e lúcida se revelando sabiamente. Diante de tão profunda observação me calei.
Dei por terminada a nossa conversa informal dizendo que no próximo ano de 2010 iríamos dar continuidade a este laboratório de reflexões; Círculo Filosófico. Demonstrando satisfação todos acolheram a nova proposta, e assim o grupo finalizou aquela tarde de 2ª feira.
Em fevereiro de 2010 demos seguimento a esta atividade a uma 2ª feira de cada mês. Na segunda semana. O prazer da participação sempre foi rico em trocas e reflexões pessoais. Varia entre oito, doze ou mais pessoas presentes entre os clientes, estagiários e colaboradores.
Em 2010 iniciamos com a palavra Silêncio; cada um teve tempo e disponibilidade para dizer o que percebia e achava do Silêncio.
No mês de março a palavra que surgiu foi Amizade, com a chegada de novos colaboradores e estagiárias/os expressando acolhimento afetivo.
Em abril as reflexões foram sobre as palavras: Amor, Flores, Saúde e Altura. E diante da pergunta: “Leonardo que flores você mais gosta?” Rápido e incisivo respondeu: “Gosto das rosas”.
Em maio, com a presença de um grande mapa mundi estendido sobre a mesa de modelagem, nos ocupamos nas abordagens do que existe na imensidão no céu, na terra e no mar – sobre os continentes; Ocidente e Oriente. Depois de um instante silencioso passamos para as reflexões do mundo interno, quando cada um mais uma vez pode se expressar falando de algo de dentro de si mesmo. “L. você gosta desta atividade?” respondeu: “Gosto muito”.
Percebemos que todos se envolvem emocionalmente nesta oportunidade de se expressarem pessoalmente e para o grupo. Sempre com serenidade. Cada um tem espaço para se colocar livremente, demonstrando satisfação ao expor suas palavras espontâneas e preciosas.
Em junho Dr. Edgar, médico psiquiatra, sugeriu que pensássemos sobre as Águas do Mar. As concepções sobre o mar se estenderam em riquíssimas configurações imagísticas; os tesouros impensados das profundezas do mar. Sem esquecermos que o mar simboliza o mundo do inconsciente, bem lembrado por Dr. Edgar.
Assim vivenciamos reflexões por todo o ano de 2010, a respeito de vários assuntos, como a Música que nos ocupou por duas ocasiões em razão de sua história, a mais remota, seus inumeráveis instrumentos e sua riqueza sonora.
Cerca de seis clientes estavam sentados em torno da grande mesa de modelagem conversando depois do lanche. Às 16h15 me aproximei e começamos a conversar, quando provoquei o grupo, ali reunido, com a questão de que cada um de nós presente tem algo do gostar de pensar nas coisas da vida; seus princípios, suas causas, e que cada um de nós é um pensador, um filósofo. A concordância se fez logo; um deles disse: “eu sou filósofo, um estagiário disse que sou filósofo”, ao que confirmei; “sim, você é um filósofo, cada um aqui pensa na vida, portanto é filósofo, sabe pensar”. E me virando para outro cliente afirmei da mesma forma: “Fernando é, também, um filósofo, ele pensa nas coisas dele, nas razões da vida, nas suas realizações pessoais, e eu como cada um aqui presente sou, também, uma filósofa - concordaram. Voltei o meu corpo, me dirigi para L. que apenas acompanhava com os olhos nossas falas, e disse: “L. é também um filósofo”. Para surpresa nossa, com voz clara e firme ele se expressou: “Sou filósofo!”, quando com serenidade, outro cliente presente, L. A., de imediato afirmou: “Ele é filósofo do silêncio”. Eu e a estagiária presente ficamos perplexas com a lógica e a coerência das colocações dos dois. A mente clara e lúcida se revelando sabiamente. Diante de tão profunda observação me calei.
Dei por terminada a nossa conversa informal dizendo que no próximo ano de 2010 iríamos dar continuidade a este laboratório de reflexões; Círculo Filosófico. Demonstrando satisfação todos acolheram a nova proposta, e assim o grupo finalizou aquela tarde de 2ª feira.
Em fevereiro de 2010 demos seguimento a esta atividade a uma 2ª feira de cada mês. Na segunda semana. O prazer da participação sempre foi rico em trocas e reflexões pessoais. Varia entre oito, doze ou mais pessoas presentes entre os clientes, estagiários e colaboradores.
Em 2010 iniciamos com a palavra Silêncio; cada um teve tempo e disponibilidade para dizer o que percebia e achava do Silêncio.
No mês de março a palavra que surgiu foi Amizade, com a chegada de novos colaboradores e estagiárias/os expressando acolhimento afetivo.
Em abril as reflexões foram sobre as palavras: Amor, Flores, Saúde e Altura. E diante da pergunta: “Leonardo que flores você mais gosta?” Rápido e incisivo respondeu: “Gosto das rosas”.
Em maio, com a presença de um grande mapa mundi estendido sobre a mesa de modelagem, nos ocupamos nas abordagens do que existe na imensidão no céu, na terra e no mar – sobre os continentes; Ocidente e Oriente. Depois de um instante silencioso passamos para as reflexões do mundo interno, quando cada um mais uma vez pode se expressar falando de algo de dentro de si mesmo. “L. você gosta desta atividade?” respondeu: “Gosto muito”.
Percebemos que todos se envolvem emocionalmente nesta oportunidade de se expressarem pessoalmente e para o grupo. Sempre com serenidade. Cada um tem espaço para se colocar livremente, demonstrando satisfação ao expor suas palavras espontâneas e preciosas.
Em junho Dr. Edgar, médico psiquiatra, sugeriu que pensássemos sobre as Águas do Mar. As concepções sobre o mar se estenderam em riquíssimas configurações imagísticas; os tesouros impensados das profundezas do mar. Sem esquecermos que o mar simboliza o mundo do inconsciente, bem lembrado por Dr. Edgar.
Assim vivenciamos reflexões por todo o ano de 2010, a respeito de vários assuntos, como a Música que nos ocupou por duas ocasiões em razão de sua história, a mais remota, seus inumeráveis instrumentos e sua riqueza sonora.
Agora, em 2011, estamos dando continuidade ao Circulo Filosófico despertando o mesmo interesse e novas surpresas para as reflexões.
Coordenadora - MPF.
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