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quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Pensamentos

NISE Arqueóloga dos Mares

[Pão de centeio, profundo, delicioso... que acabou de sair do forno -
livro de Bernardo Carneiro Horta].

“A criança se identifica com o ambiente onde vive, com seus pais. Coisas que acontecem na vida da criança - boas, ruins... - podem marcá-la para sempre. São cicatrizes indeléveis. Às vezes, feridas que nunca se fecham... Há quem não perceba, mas a observação da criança é muito séria. Ela tem grande capacidade de captar o que se passa ao seu redor.”

“Há no meu temperamento essa fúria. Quando eu quero uma coisa, eu insisto. Todo o dia, sem falta, eu levantava cedo, pegava o ônibus e ia trabalhar em Engenho de Dentro. Todo dia,, todo dia... Nada me tirava daquele caminho. A palavra recuar não faz parte do meu dicionário.”

“O homem é mau, mas a mulher é perversa. Mulher sabe ser ruim como o demônio... Uma mulher engana o diabo. Duas enganam o inferno inteiro.”

“Ciência e dinheiro não se misturam.”

“Eu sou daquelas pessoas que, quando cisma com uma coisa, fica pensando a noite toda, sem dormir... Pode ser uma besteira qualquer, mas eu perco o sono.”

“A contaminação psíquica é pior que piolho. Vai passando de uma cabeça para outra, numa rapidez incrível. E, como você sabe, todo mundo já pegou piolho... Se um dia causarmos uma catástrofe nuclear na Lua, será obra do psiquismo.”

“A criatividade tem uma natureza borboleteante, que inclui a liberdade da desorganização - sem isso, não sai nada. Não há criação possível.”

“Ontem, sonhei. Eu dançava, muito alegre. Então, compreendi que a morte não é uma coisa tão terrível. É dançável e alegre... A morte é uma viagem para regiões desconhecidas. Tenho curiosidade em experimentar - mas também tenho medo do que posso encontrar. A morte será a minha grande e última aventura.”

“Para navegar contra a corrente, são necessárias algumas qualidades raras: espírito de aventura, coragem, perseverança e, sobretudo, paixão.”

“A pior doença é a maldade - isso consegue destruir tudo, todos, de forma aniquiladora. O que mata é o preconceito, o que mata é o desamor.”

“Já fui muito enganada pelo animal humano.”

“Não sei fazer nada sem procurar uma base mais profunda, sem ler, pesquisar. Leio para trabalhar, para escrever. As referências são fundamentais.”

“A denúncia é a função maior do intelectual.”

“Vejo Sócrates sempre com uma chave na mão, fechando e abrindo o conhecimento, os entendimentos.”

“Agora, me digam: o que é que não está em evolução nesta vida?!”

“Porque passei pela prisão, eu compreendo as pessoas e os animais que estão doentes, pobres, que sofrem... Eu me identifico com eles. Me sinto um deles.”

“Liberdade... Esta é a palavra que mais gosto de ouvir. Gosto do som dessa palavra.”

“De toda forma, continuo socialista - pode não ser o mesmo socialismo de tempos atrás, mas não está ultrapassado. A humanidade não é boa, o que ainda existe são pessoas boas. O tempo passa, mas uma coisa dentro de mim não muda: eu jamais vou compreender uma sociedade dividida em classes. Isto é um absurdo! Eu não consigo aceitar... não me conformo.”

“Sou particularmente apaixonada por Rembrandt. Ele mergulhava nas imagens, como Leonardo da Vinci. Observe sua pintura... Se você sonha, você mergulha. Também admiro Picasso.”

“Há beleza na vida, beleza em tudo. Vocês vêem?... Há beleza na alegria - e, mesmo na saudade, na tristeza, no sofrimento e até na partida, há beleza. A vida é uma beleza...”
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quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Nise – Arqueóloga dos Mares



Este livro não pretende ser uma biografia convencional, até porque a própria Doutora se negava a escrever sua autobiografia, por considerar que a linearidade cronológica do gênero não consegue revelar o que há profundo na existência. Sendo assim, a obra foi elaborada conforme sugestão da própria psiquiatra. “Diferente da biografia, com início-meio-e-fim, o livro versa sobre a vida de Nise, mas de forma fragmentada, criativa, vital. São unidades de texto que reúnem episódios, pessoas, animais, objetos, atitudes e situações espalhados livremente. Enfim, uma narrativa livre, predispondo o leitor a criar, juntamente com o autor, a sua Nise da Silveira” - palavras de Bernardo Horta, que frequentou o Grupo de Estudos C.G. Jung por muitos anos e tormou-se amigo da grande sábia.


Nise – Arqueóloga dos Mares
Autor: Bernardo Carneiro Horta
Número de páginas: 400

Livraria Leonardo da Vinci

Av Rio Branco, 185 Loja 2, 3, 4 e 9

Tel 2533-2237



Nota: a Casa das Palmeiras não vende livros
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domingo, 5 de outubro de 2008

Clube Caralâmpia

Bandeira do Clube Caralâmpia - Xilogravura

No clube Caralâmpia todo mundo tem razão
Assim é o fraterno e solidário Clube Caralampia.
Esta atividade teve a sua 1ª reunião em 3 de agosto de 1961 e se chamava Clube Recreativo. Teve alguns nomes até definitivamente, em homenagem a cachorrinha Caralâmpia, passar a ter este nome. As reuniões eram sempre nas 4ª feiras, de quinze em quinze dias. Atualmente passou para as primeiras 2ª feiras de cada mês.
Cadeiras são colocadas em círculo, aonde cliente e equipe técnica, juntos irão se expressar em suas idéias e resolver coisas em comum.
Logo no início, o grupo escolhe um Presidente para coordenar os trabalhos da mesa e um Secretário para a feitura das atas referentes aos assuntos que serão abordados. O Presidente é sempre um cliente da casa e o Secretário poderá ser ou não ser alguém da equipe da Casa. Sempre há democracia nas escolhas, de mês para mês, de tal forma que todos tenham oportunidade de conduzir os trabalhos da mesa.
Com respeito canta-se o Hino Caralâmpia na abertura das seções. Em seguida aplausos para todos os presentes. Num quadro está à disposição canetinha para quem quiser escrever suas solicitações, o que desejar.
A freqüência é espontânea, e geralmente todos comparecem para dar suas opiniões. A participação é sempre individual, cada um tem o seu tempo de fala: pedidos, reclamações, contestações, sugestões, sempre de acordo com as possibilidades de cada um. Alguns fazem muitos pedidos e exigências e outros permanecem em silêncio observando e acompanhando sutilmente com os olhos. Uns podem vibrar e falar alto e outros com voz muito baixa darão sugestões, também, interessantes.
Programam-se Festas, Passeios, Filmes que desejam ver. Assuntos de Jornal ou TV. Problemas da política. Dificuldades pessoais. Uma partilha afetuosa e cheia de trocas de informação, coesos na busca de entendimento para a melhor solução de problemas que podem surgir.
Os passeios sempre são resolvidos por votação - é possível sugerir alternadamente lugares de lazer e de Cultura - parques ou Museus. Sempre se acata o desejo da maioria com muito respeito e compreensão mútua.
No Clube Caralâmpia são apresentadas as pessoas que chegam; clientes, colaboradores ou estagiários, da mesma forma é um espaço para aquelas que se despedem da Casa.
Está registrada uma bela conversa entre dois clientes da Casa na reunião do Clube Caralâmpia. Um deles disse: “Nós os doentes...” o outro imediatamente emendou: “Doentes não, nós somos é incompreendidos.”
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Hino do Clube Caralâmpia

Tra lá lá lá - trá lá lá lá lá lá lá ( bis)
Na nossa bandeira
Tem balança tem palmeira
Tem o sol pra iluminar
Nossa estrada a vida inteira

Trá lá lá lá
Nossa estrada a vida inteira.

Vamos, vamos minha gente
Fazer nossa reunião
Presidente é o primeiro
Secretário aquenta a mão.

Trá lá lá lá
Secretário agüenta a mão.

Se você for o terceiro
Peço me dar atenção
Que eu também quero falar
Dar a minha opinião.

Trá lá lá lá
Dar a minha opinião.

Pois no Clube Caralâmpia
Todo mundo tem razão
Mas só vence a sugestão
Quem tiver mais votação

Trá lá lá lá
Quem tiver mais votação.

Batam palmas companheiros
Acabou a discussão
Pois no Clube Caralâmpia
Todo mundo é campeão.

Trá lá lá lá
Todo mundo é campeão

Trá lá lá lá - trá lá lá lá lá lá lá (bis)

- Olvinda
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