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domingo, 9 de novembro de 2008

Lanche como atividade terapêutica

O lanche na Casa das Palmeiras é uma das atividades terapêuticas na medida em que visa o relacionamento interpessoal: o convívio harmonioso e fraterno entre todos que participam da vida da casa. É neste momento que as mais variadas expressões de convívio de grupo se dão: a conversa do dia-a-dia familiar, alguma lamúria, um acontecimento que precisa ser contado, um pedido, relatos de fatos os mais diversos são abordados neste espaço democrático e livre.
Todos os dias ocorrem o lanche que sempre é preparado com muito carinho e zelo por Maria Senhorinha, terapeuta nata, nossa antiga mestra na oficina maravilhosa que é a cozinha. O cardápio é bem variado: pizzas, sanduíches, bolos, aipim com manteiga, pasteis de milho, pipoca, torta com sorvete, torradas deliciosas e inúmeras guloseimas, sempre criativas, são servidas, diariamente. Com energia e doçura Maria se dá inteira aos clientes da Casa - sabe dizer a cada um como esperar e o que fazer quando algo lhe é solicitada. Sucos deliciosos, também, são preparados e oferecidos.
Importante dizer que antes do lanche é servido, às 14h00, um cafezinho ou um chá de acordo com a escolha de cada um.
Uma sineta às 15h00 ou às 15h30 toca sem perturbar; é hora do lanche. É um momento que demarca as atividades individuais das atividades de grupo; “um divisor de águas” como dizia Dra. Nise. É o momento em que todos os clientes, os estagiários/as, os colaboradores e os técnicos, vinte a vinte e quatro pessoas, se reúnem em torno da grande mesa em fraterno encontro e comunhão de idéias, num clima de entusiasmo e de muita afetividade, para saborear o lanche. Alguns clientes, por vezes, só aparecem na hora do lanche, nesta hora de confraternização.
O encarregado dos serviços gerais é quem arruma a mesa numa só longa mesa e todos se colocam nas cadeiras lado a lado. As estagiaras/os servem o lanche e, ocasionalmente, com ajuda dos alguns clientes.
Muito alegre é o dia da comemoração de todos os aniversariantes do mês com um lindo bolo feito por Maria. Cantam-se o parabéns, com o sopro da vela o bater de palmas.
A colaboração espontânea dos clientes na hora do lanche é um testemunho carinhoso, onde cada um se sente útil e tem oportunidade de demonstrar prazer em oferecer algo, o mesmo se dando na hora do cafezinho: “Claudinha, você quer café ou chá?”, “com açúcar ou adoçante?”, “Jayme, você quer mais suco?”, “Rodrigo, o que você prefere: chá ou café?” - todos indistintamente se intercomunicam - não existem diferenças, todos são iguais. As gentilezas se fazem com trocas de afeto, e nos rostos o sorriso demonstra satisfação interior. O lanche é sem dúvidas um instante de alegria e de calor humano.
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