Anotações em
torno da mestra Nise da Silveira em Grupos de Estudos ou conversas
informais. Algumas já foram aqui publicadas. Retomá-las é manter a chama acesa.
Como as frases tem sido a matéria mais procurada no Blog, resolvemos reeditar frases para a Alegria de muitos.
“Todo mundo deve
inventar alguma coisa, a criatividade reúne em si várias funções psicológicas
importantes para a reestruturação da psique. O que cura, fundamentalmente, é o
estímulo à criatividade.”
“É necessário se espantar, se indignar e se contagiar, só assim é possível
mudar a realidade.”
“Para começar a estudar é preciso, de início, capinar. Capinar, capinar,
capinar... intensamente. Somente, após longo trabalho de capinação é que você
poderá trocar o ancinho por um longo pente, e passá-lo sedosamente nos cabelos
de uma mulher.” Para o psicólogo Vicente Saldanha, quando ainda estudante e
estagiário de Nise.
“A contaminação psíquica é pior que piolho. Vai passando de uma cabeça para
outra, numa rapidez incrível. E, como você sabe todo mundo já pegou piolho.”
“Há no meu temperamento essa fúria. Quando eu quero uma coisa, eu insisto. Todo
o dia, sem falta, eu levantava cedo, pegava o ônibus e ia trabalhar em Engenho
de Dentro. Todo dia, todo dia... Nada me tirava daquele caminho.”
“Desprezo as
pessoas que se julgam superiores aos animais. Os animais têm a sabedoria da
natureza. Eu gostaria de ser como o gato: quando não se quer saber de uma
pessoa, levanta a cauda e sai. Não tem papo.”
“Eu me sinto bicho. Bicho é mais importante que gente. Pra mim o teste é o
bicho, se não passar por ele, não tem vez. Freud disse que quem pensa que não é
bicho, é arrogante.”
O psiquiatra inglês Ronald Lang, estando no Brasil e
conhecendo, pessoalmente, a Doutora e sua obra, ficou profundamente tomado de
emoções e encanto. A Doutora se viu seduzida por ele e dizia com sutileza: “O
Laing era um gato.”
“Estamos socialmente condicionados a considerar a imersão
total no espaço e no tempo exterior como coisa normal e saudável. A imersão, no
espaço e no tempo interior, tende a ser considerada um afastamento antissocial,
um desvio inválido, patológico per se
e, de certo modo, desabonador. Para mim, faz muito mais sentido, como projeto
de urgência desesperada em nossa época, explorar o espaço e tempo interiores da
mente”. “A contribuição de Laing (Ronald) foi a exploração do espaço interior”.
“Eu não me atrevo a definir a loucura”.
“Porque passei pela prisão, eu compreendo as pessoas e os animais que estão
doentes, pobres, que sofrem. Eu me identifico com eles”.
[ Nise - gravura de José Paixão]
“A obra de arte para Freud fundamenta-se nos
condicionamentos individuais do criador, e o Jung encara a obra de arte como
uma produção superpessoal.”
Um amigo sobre Nise: “Nise uma universidade, alma de
artista. Agregava talentos sem linha divisória, separação”.
“Quando descobri a unidade da matéria e da energia, uma
coisa se transformou na outra; minha vida mudou.”
“Encontrei na
psicologia de Jung e nas obras deste mestre o meu melhor instrumento de
trabalho.” A Doutora costumava dizer que ela, como as costureiras, possuía
muitas tesouras, mas dava preferência a uma, a de C. G. Jung.
“Madame Adelaide Sechehaye. Ela me disse: ‘Só se pode
progredir pelo prazer’, meu encontro com ela foi um grande prazer.”
“Há beleza na vida, há beleza em tudo. Vocês veem?... Há
beleza na alegria, e mesmo na saudade, na tristeza, no sofrimento e até na
partida, há beleza. A vida é uma beleza.”
“Só os loucos e os artistas podem me compreender.”
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