Rua Sorocaba 800, CEP 22271-100, Botafogo, Rio de Janeiro, Brasil.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Padrinho ou Madrinha da Casa das Palmeiras

              Padrinho ou Madrinha da Casa das Palmeiras
         Inicialmente agradecemos as pessoas que generosas tem colaborado, efetivamente, para que este sonho de Nise da Silveira se mantenha vivo e atuante.
        A Casa das Palmeiras resiste desde sua fundação 1956. Vive e sobrevive de doações dos clientes/usuários, de poucos sócios, fieis amigos e admiradores de Nise da Silveira. Esta associação civil precisa se manter. E se mantém como Nise determinou: “ um pequeno território livre”.
        Seja Padrinho ou Madrinha da Casa das Palmeiras, por um ano, mensal, com responsabilidade. Ou com uma única doação.
        Sendo um doador mensal, depois de um ano com os comprovantes dos depósitos (o doador) receberá um Pôster/cópia/ de alguma obra realizada nos ateliês de atividades plásticas. Não importa o valor da doação, agradecemos a generosidade.
        Para distinguir de outros depósitos, pedimos, coloquem UM real a mais (Qualquer quantia é bem vinda).  

CASA DAS PALMEIRAS - (CNPJ 33.808.486/0001-48)
Banco Itaú
Agência - 9161
Nº da conta 09906-5 
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Quer ajudar a vida destas pessoas em tratamento
e/ou autoestima na Casa das Palmeiras?
Apenas com qualquer doação por mês (ou uma só quantia) você pode ajudar a manter a Casa e contribuir para reestruturação psíquica e emocional dos clientes nas áreas de atividades ocupacionais: modelagem, desenho, pintura, xilogravura, artes aplicadas (tapeçaria, bordado, tricô, crochê, costura), colagem, poesia, jornal, música, teatro, floral, grupo cultural e filosófico, expressão corporal, biblioteca, jardinagem, lanches e passeios culturais.
Informações: Tel. (21) 2266-6465 (13h30 às 17h – 2ª a 6ª feira)
Atividade biscoitos
 Ateliê - confecção de bandeirinhas

Painel com vários trabalhos

Pintura abstrata
As atividades ocupacionais sempre fazem grande bem
 para a vida  emocional______

domingo, 20 de julho de 2014

Leitura de palavras de Nise da Silveira I


 Grupo de Estudos C. G. Jung - dia 16 de julho 2014 -
 Algumas palavras da leitura e reflexões - Nise da Silveira

    “Primeiro professor de psicologia foi meu pai, professor de matemática e geometria. Trabalhou também em jornal. Eu o acompanhava e ia ver como se faz um jornal. Ele tinha uma grande biblioteca. Tive muita influência de meu pai. Ele fazia todas as minhas vontades. Tive uma educação excepcional, clássica. Fui muito mimada, especialmente, por meu pai. Tinha tudo o que desejava.”
    
   “Minha mãe tinha muito humor. Classificava as pessoas; as que gostavam de cantar das que não gostavam. Para ela estas ela não dava atenção. Minha mãe sempre cantou muito, e achava que meu problema era que eu não cantava, deveria cantar.”

    “Estudei em colégio de origem francesa. Senhores de engenho com muito dinheiro, mas espírito para baixo.”

    “Cães e gatos são co-terapeutas, amigos fieis capazes de dar e receber afeto a quem nem era capaz de se comunicar. Os cães e gatos ensinam o amor com independência. Relacionamento animal e homem, ser humano, é de grande importância.”

    “As pessoas que amam o poder, o comando, não gostam de gatos. Os gatos são seres livres, não seguem normas. Veio aqui uma senhora cheia de empáfia para eu participar de um grande evento internacional que ela está organizando, acontece que de imediato demonstrou aversão aos gatos, foi o suficiente para eu fizer, ‘não posso, os gatos não permitirão’. Ela foi embora sem entender nada.”

    “Meus livros de arte são instrumentos de trabalho. Tenho grandes paixões, Leonardo da Vinci é um deles. Sou particularmente apaixonada é por Rembrandt. Ele mergulhava profundamente como Leonardo. Observe a pintura dele. Se você sonha, você mergulha - o da vigília e o do sonho - dois mundos.”

    “O artista, o poeta, mergulha no inconsciente e volta. Já o doente, o louco, não tem o bilhete de volta. Essa é a diferença.”. “Os esquizofrênicos são pessoas com antenas sutilíssimas, viajam longe, mas não tem o bilhete da volta. O poeta tem o bilhete de ida e volta.”

    “Jamais quis definir o que é loucura. Compre em escafandro e mergulhe junto como esquizofrênico.” “Sempre me dirigi aos doentes pelo nome, jamais os chamo de pacientes. Eu os trato como seres humanos, pessoas. A palavra paciente me irrita muito.”

    “Quando estive em Zurique, em 1957, por ocasião do II Congresso Internacional de Psiquiatria, ao cumprimentar Jung, ele me disse: ‘A pintura de seus doentes me causou estranheza, e fiquei nesses dois últimos dias pensando porquê. Elas são diferentes de outros expositores’. E ele me disse que pinturas do primeiro plano eram pinturas de doentes com alterações psíquicas, mas que o fundo de algumas pinturas o perturbou porque havia ali uma diferença entre o fundo dessas pinturas e a de outros. Que este fundo não era doente, por ser demasiado harmônico para ser de pessoas que estavam com distúrbios psíquicos. Eu fiquei estatelada ouvindo. Ele me perguntou em que condições eles pintavam para que houvesse essa diferença. Respondi que pintavam em ambiente livre e de maneira espontânea. Perguntou se eu tinha medo do inconsciente, respondi que não, mas respeito. ‘Trabalha com pessoas que não tem medo do inconsciente’, foi o que ele acrescentou.”    

    “Devo ao meu encontro com Jung o interesse pela mitologia. Quando conheci Jung falei das minhas dificuldades em compreender as ideias delirantes dos doentes e me queixei das incompreensões dos outros e a minha própria em relação às imagens desenhadas ou pintadas. Ele, fumando o seu cachimbo, me olhou atento e depois de um tempo, meio longo, me disse: ‘como você não pode entender as imagens que você expôs. Elas falam a linguagem dos mitos. Você estudou mitologia? Respondi que não, o que sabia era muito superficial, não era matéria a ser estudada. Ele me disse; ‘Se você não conhece os mitos não pode entender os delírios dos doentes, a pintura que eles fazem’ Fiquei gelada. ‘Essas figuras vem do fundo do inconsciente. A linguagem do inconsciente é a linguagem mitológica.’ Passei a estudar mitologia a partir das pinturas de Adelina que disse desejar se flor. Adelina viveu o mito de Dafne. Foi meu primeiro caso de estudo de mitologia.”

    “A inteligência e a sensibilidade do esquizofrênico permanece intacta mesmo na aparência de estar cingida, em ruínas. Verifica-se isso com clareza quando encontra alguém com quem ele possa se relacionar afetivamente.”  “A psique, mesmo do esquizofrênico, tem um potencial autocurativo. Através do afeto forças internas podem se manifestar. O inconsciente se expressa nas atividades criativas individuais.”

    “Psiquiatria é entender o processo psíquico interno. Os psiquiatras, geralmente, nem olham para os seus clientes, muito menos nos olhos. Não há cura possível sem relacionamento.”

    “O nosso trabalho não visa criar artistas, é um tratamento através das atividades plásticas. O olhar, as mãos, os gestos podem me dizer alguma coisa. Sempre estive próxima de artistas plásticos, eles são menos burros que os médicos. Não sou artista, mas como todo mundo, gosto de arte. Tenho vários livros de arte aqui na minha biblioteca. Meu interesse pela expressão plástica é mais no sentido da procura das expressões mais profundas do inconsciente. A linguagem não verbal diz muito mais que a verbal.”

     “Não sei fazer nada sem procurar uma base mais profunda, sem ler, pesquisar. As referências são fundamentais.” “Não dissipe as imagens oníricas. O analista corre atrás do cervo, mas não o mata, tem que pegá-lo vivo, estudá-lo vivo. Tem que pegar a imagem viva e não estripá-la.”

    “Nosso objetivo principal é entrar no mundo interno do doente, é conhecer este mundo e que ele entre em contato conosco. Não é desejo de que o doente se expresse de forma artística, o que nós queremos é que ele se expresse em imagem, como linguagem. O simples fato de desenhar ou modelar é terapêutico. Ele fica mais leve, diminuem o medo e as tensões.”

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quarta-feira, 16 de julho de 2014

Pensamentos/palavras de Nise

Hoje dia 16 e 30 de julho no Grupo de Estudos C. G. Jung

leremos pensamentos/palavras de Nise da Silveira.
Das 19h ás 20h30 - Rua Sorocaba, 800 - Aberto ao público
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terça-feira, 15 de julho de 2014

Círculo Filosófico e Floral

      Frases escritas no Círculo Filosófico. Atividade que se realiza uma vez ao mês na Casa das Palmeiras, após o lanche, é um espaço de reflexão, sempre com tema proposto pelo grupo. Ontem, 14 de julho:
O que representa a Casa das Palmeiras?
Cada um  o que escreveu. Transcritos aqui como os autores redigiram

 - A Casa das Palmeiras representa apoio terapêutico, afeto catalisador, amizade que proporciona convivência agradabilicíssima para todo. /T. J.

- A Casa das Palmeiras é solidariedade.
É amor.
É cultura.
É imaginação.
É higiene.
É distração.
É disciplina
São portas abertas a todos horizontes. Deus?! / (completa oralmente: ‘falei portas, são portas abertas e não janelas’) D. C.

 - A Casa das Palmeiras e um lugar onde habita (mora) ninguém e tem que conhecer o neto que é Jesus Cristo (aponta para quem assinou Deus e diz: ‘ele é a mãe dele o pai Jesus Cristo’) /J. Q.

 - Eu quando chego na Casa das Palmeiras eu me sinto um ar muito Bom e é muito purificador que faz bem pra saúde quando eu entro na Casa eu sinto outra pessoa e aí eu aprendo muito quando tem atividade eu participo muito delas eu gosto de todas as atividade eu participo muito delas eu gosto de todas as atividade da Casa, mas quando chega sexta-feira eu fico muito triste mas eu fico muito alegre quando chega segunda-feira eu fico muito feliz . E muito contente e também fico alegre que chegou segunda-feira eu fico muito pra fazer muitas atividade que tem na Casa e fico viajando mas quando termina eu fico triste. L.

 - A Casa das Palmeiras é abençoada e alegre. Gosta das plantas
Deus criou a natureza. A casa das Palmeiras é uma terapia ocupacional
Ocupa a cabeça. É a cabeça. /C.

- A Casa das Palmeiras significa muito para mim, significa minha ocupação às tardes de 2ª a 6ª feira, com atividades interessantes, como musicoterapia, passeios, poesia, teatro, expressão corporal, etc. e recentemente estou tendo aulas de flauta doce com o amigo, que tem demonstrado ser Fernando Muller. Acabou a Copa! Chega de feriados!
Vamos para a Casa das Palmeiras! VIVA /A. M.

- A Casa das Palmeiras é legal
É tem muitas coisas que Eu gosto.
A Casa das Palmeiras me faz muito feliz.
A casa das Palmeiras representa tudo para mim. /C.B.

- A Casa das Palmeiras é Amor Nise da Silveira
Não é idolatria não é motivo e deleite

Amor Casa das Palmeiras Nise da Silveira / J.

~~~~~~~~~~~~~~ FLORAL- 14 de julho de 2014

Casa das Palmeiras - um espaço de atividades ocupacionais
com afeto e emoção de lidar, cultura e pesquisa.
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terça-feira, 8 de julho de 2014

Dia 7 de julho de 2014 na Casa das Palmeiras

Quando fazer biscoitos é prazer e terapêutico

       Ontem, dia 7 de junho de 2014, mais um dia de atividades ocupacionais, criativas, na Casa das Palmeiras.
      Abrindo as portas às 13h com o ateliê de pintura, desenho e colagem. 
     Leituras breves na hora do cafezinho.
     Às 14:45h - Laboratório de Biscoitos (com ou sem açúcar) - a satisfação em mergulhar as mãos na massa: farinha de trigo, aveia, ovo, manteiga, açúcar, castanhas de caju, passas.    
     Orientações são dadas seguindo a receita. O prazer da degustação com os biscoitos já prontos, logo depois da confraternização que é o lanche. 

  Biscoitinhos de aveia e passa, sem açúcar. Prontos para o ir ao forno.


 Biscoitos estrelinhas com açúcar e castanha do cajú - já prontos.
 Brincamos dizendo que os biscoitinhos são “modelagem comestível”!


Colaboradoras atividades plásticas e manuais.







Às 16h o Clube Caralâmpia, espaço democrático onde se planejam os eventos/festas, os passeios, e, as reclamações ou propostas são feitas. Onde se discute calorosamente e se ri com a presença de todos que atuando na Casa queiram estar presente. Sempre abrindo e terminando, esta atividade, cantando o Hino Caralâmpia.
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quarta-feira, 2 de julho de 2014

O Mundo das Imagens - Nise da Silveira

 
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Hoje, dia 2 de julho, teremos no Grupo de Estudos C. G. JUNG leitura de texto – Nise da Silveira - IMAGENS DO INCONSCIENTE –


(...)   "A pintura revelará muito sobre a maneira como o individuo apreende as coisas, sobre sua visão do mundo. Esta visão depende, em principio, de suas vivências do espaço. A semiologia psiquiátrica tradicional é muito pobre na investigação das perturbações das vivências do espaço. É necessário reconhecer no espaço dimensões subjetivas que o farão parecer claro ou escuro (E.Minkowski), no espaço claro (não se trata de luz física) há distância, há espaço vazio, livre, entre os objetos que se apresentam com suas delimitações nítidas, no espaço escuro, também não se trata de luz física, mas de uma sensação de envolvimento, do individuo sentir-se apertado, oprimido pela obscuridade, os objetos de tanto estarem próximos imbricam-se, interpenetram-se, resultando daí uma visão caótica do mundo, o estudo atento dos casos de pintura de esquizofrênicos levará o pesquisador a verificar que não está diante de rabiscos tumultuosos lançados a esmo que lhe permitam usar as etiquetas de “deterioração” ou de “demência”, mas de um caos em sentido bíblico, ou seja, da massa confusa de onde todas as coisas tiveram origem.
É comovedor acompanhar, através de centenas de pinturas, os esforços enormes que um homem faz para retirar os objetos do caos, pinçá-los por assim dizer, enquadrá-los para prendê-los, até conseguir dispô-los em arranjos bem próximos daqueles exigidos na faixa da realidade. É o que chamamos a busca do espaço
Cotidiano.

Até ai nos movemos em áreas bastante próximas do consciente, mas não têm medida as profundidades da psique que a produção plástica livre de esquizofrênicos nos poderá fazer vislumbrar".
Centenário de C. G. Jung - 1975, Rio de Janeiro.
Catálogo da Exposição Museu de Arte Moderna – 
Das 19h às 20h30 – aberto ao público - Rua Sorocaba, 800 - Botafogo
Tel (21) 2266-64665
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