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Hoje, dia 2 de julho, teremos no Grupo de Estudos C. G. JUNG leitura de texto – Nise
da Silveira - IMAGENS DO INCONSCIENTE –
(...) "A pintura revelará muito sobre a maneira como o individuo apreende as
coisas, sobre sua visão do mundo. Esta visão depende, em principio, de suas
vivências do espaço. A semiologia psiquiátrica tradicional é muito pobre na investigação
das perturbações das vivências do espaço. É necessário reconhecer no espaço
dimensões subjetivas que o farão parecer claro
ou escuro (E.Minkowski), no
espaço claro (não se trata de luz
física) há distância, há espaço vazio, livre, entre os objetos que se
apresentam com suas delimitações nítidas, no espaço escuro, também não se trata de luz física, mas de uma sensação de
envolvimento, do individuo sentir-se apertado, oprimido pela obscuridade, os
objetos de tanto estarem próximos imbricam-se, interpenetram-se, resultando daí
uma visão caótica do mundo, o estudo atento dos casos de pintura de esquizofrênicos levará o pesquisador a verificar que não
está diante de rabiscos tumultuosos lançados a esmo que lhe permitam usar as
etiquetas de “deterioração” ou de “demência”, mas de um caos em sentido
bíblico, ou seja, da massa confusa de onde todas as coisas tiveram origem.
É comovedor acompanhar, através de
centenas de pinturas, os esforços enormes
que um homem faz para retirar os objetos do caos, pinçá-los por assim dizer,
enquadrá-los para prendê-los, até conseguir dispô-los em arranjos bem próximos
daqueles exigidos na faixa da realidade. É o que chamamos a busca do espaço
Cotidiano.
Até ai nos movemos em áreas
bastante próximas do consciente, mas não têm medida as profundidades da psique
que a produção plástica livre de
esquizofrênicos nos poderá fazer vislumbrar".
Centenário de C. G. Jung - 1975, Rio de Janeiro.
Catálogo da Exposição Museu de Arte Moderna –
Das 19h às 20h30 –
aberto ao público - Rua Sorocaba, 800 - Botafogo
Tel (21) 2266-64665
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