Em busca do Centro Ordenador – imagens do inconsciente.
Um dos quatros símbolos
fundamentais da criação é o Centro, juntamente com o Círculo, a Cruz e o Quadrado.
O centro é o princípio, o
desenvolvimento do ponto central. Os polos das esferas coincidem com o Centro, o
qual nada se sabe, e que denominamos de Tao, Brama, Deus, essência absoluta,
núcleo da existência ou fonte primordial.
O Círculo, a roda que gira,
é o princípio das revoluções planetárias, ciclo anual do Sol, representado por
um Cinturão Zodiacal de 360º, configurado por doze signos. Símbolo da harmonia,
da perfeição, da unidade.
O centro da imagem
representa o ponto convergente dos opostos, intensidade dinâmica. Lugar de
condensação e de coexistência de forças opostas complementares, o lugar da mais
concentrada das energias.
O centro é o foco de onde partem
o movimento da unidade em direção à multiplicidade. Do interior em direção ao
exterior, do não manifesto ao manifesto, do absoluto ao relativo.
Tudo parte de um centro,
de uma fonte criadora que ao afastar-se da unidade central se multiplica infinitamente.
Desenhar, modelar, pintar
imagens circulares, em geral, simboliza a busca de uma ordenação interna.
O círculo pode surgir em
formas complexas e simétricas ou não. Pode formar um Mandala, círculo mágico ou
sagrado (Índia). Remonta à pré-história do ser humano. Representação
arquetípica da ordem interna, mostrando que existe um centro que abrange o
todo. Símbolo da Totalidade, do “Si mesmo”, na concepção de C. G. Jung. O Mandala
representa a produção criadora de um novo centro da personalidade. Por vezes
surge por um dispositivo simétrico de horizontalidade e verticalidade, de
número quatro e seus múltiplos.
Em períodos de caos, inquietações
profundas, perturbações emocionais, desequilíbrios e indecisões surgem imagens
circulares e mesmo Mandalas. Períodos de ordenação da mente podem ser constelados
nos desenhos das crianças; círculos e representações solares.
Estas imagens podem
aparecer em sonhos, desenhos, imaginação criadora, e mesmo em danças, ritos de
tradição popular folclórica.
Na Casa das Palmeiras as
imagens Circulares e Mandalas são criações plásticas espontâneas, dos usuários, adultos, produzidas nos ateliês de modelagem, desenho, pintura, colagem e
xilogravura (imagens aqui expostas são do arquivo e produções atuais).
Por vezes, na atividade de
baile e dança estas expressões circulares se fazem presentes.
“Como elas (imagens circulares
arquetípicas) se configuram as custas da energia psíquica, ninguém sabe”. Nise da
Silveira - Jung, Vida e Obra.
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Produções - pastel oleoso, guache, acrílica e
Modelagem /argila
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