Desenhos - atividade expressiva - arquivo da Casa das Palmeiras.
Hoje, 30 de outubro de 2011, completam 12 anos que Nise viajou para outro nível da existência. Viva, sempre lembrada, estudada e querida, permanece, entre nós.
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Trecho da Carta que Nise escreveu para Spinoza
Meu caro Spinoza,
(...)
Sem dúvida o imaginário estará mais próximo do inconsciente que a ordem racional. Mas coisa diferente será negar-lhe valor próprio, não vendo outra maneira de entendê-lo senão esfrangalhando as imagens até esvaziá-las de sua presente substância própria.
Trabalhando em hospitais psiquiátricos, sempre procurei abrir aos doentes, que freqüentavam nossos ateliês de pintura e modelagem, oportunidade para livre expressão de seus processos imaginativos. Esses indivíduos habitavam um mundo de imagens tão vivas, que se lhes afiguram absolutamente reais (...).
Muitas vezes me perguntaram se as imagens pintadas ou modeladas em nossos ateliês serviam como ponto de partida para insistirmos junto a seus autores, a fim de que as traduzissem em palavras. Nunca recorri a esse método.
Ao contrário, esforcei-me para estudar a linguagem do imaginário, seus arcaísmos, seus símbolos condensadores de intensos afetos não raro contraditórios. Isso me parecia menos difícil que transpor tais formas de expressão para nosso falar cotidiano.
Cada vez fui mais me convencendo que as imagens poderiam permitir vislumbrar-nos ocultas vivências sofridas para aqueles seres que se haviam afastado da nossa realidade, que tornaram o “invisível visível”, ou quase. Começaríamos possivelmente a comunicarmo-nos.
(...) A sua menor discípula, Nise
Dossiê Nise da Silveira
RIO ARTES, Nº 10, pgs. 17-18 - Junho de 1993 - RJ
______________________________Hoje, 30 de outubro de 2011, completam 12 anos que Nise viajou para outro nível da existência. Viva, sempre lembrada, estudada e querida, permanece, entre nós.
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Trecho da Carta que Nise escreveu para Spinoza
Meu caro Spinoza,
(...)
Sem dúvida o imaginário estará mais próximo do inconsciente que a ordem racional. Mas coisa diferente será negar-lhe valor próprio, não vendo outra maneira de entendê-lo senão esfrangalhando as imagens até esvaziá-las de sua presente substância própria.
Trabalhando em hospitais psiquiátricos, sempre procurei abrir aos doentes, que freqüentavam nossos ateliês de pintura e modelagem, oportunidade para livre expressão de seus processos imaginativos. Esses indivíduos habitavam um mundo de imagens tão vivas, que se lhes afiguram absolutamente reais (...).
Muitas vezes me perguntaram se as imagens pintadas ou modeladas em nossos ateliês serviam como ponto de partida para insistirmos junto a seus autores, a fim de que as traduzissem em palavras. Nunca recorri a esse método.
Ao contrário, esforcei-me para estudar a linguagem do imaginário, seus arcaísmos, seus símbolos condensadores de intensos afetos não raro contraditórios. Isso me parecia menos difícil que transpor tais formas de expressão para nosso falar cotidiano.
Cada vez fui mais me convencendo que as imagens poderiam permitir vislumbrar-nos ocultas vivências sofridas para aqueles seres que se haviam afastado da nossa realidade, que tornaram o “invisível visível”, ou quase. Começaríamos possivelmente a comunicarmo-nos.
(...) A sua menor discípula, Nise
Dossiê Nise da Silveira
RIO ARTES, Nº 10, pgs. 17-18 - Junho de 1993 - RJ
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