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domingo, 10 de agosto de 2008

Modelagem

José Bastos - O primeiro cliente da Casa das Palmeiras
Escultura em gesso simbolizando a libertação do doente mental de uma prisão
Acervo da Casa das Palmeiras

A Casa das Palmeiras, este pequeno território, oferece possibilidades de seus freqüentadores se expressarem de forma espontânea em cada oficina criativa. Num clima de liberdade cada pessoa que esteja em tratamento é motivada, estimulada, a traduzir as suas emoções profundas, as quais emergem do inconsciente em imagens plásticas, música, trabalhos manuais, teatro, dança, gestos e palavras. São atividades repletas de simbolismo que nos reportam aos estudos e nos conduzem à pesquisa científica.
O próprio ato de criar imagens simbólicas já é em sim uma ação curativa, como afirma Nise da Silveira em sua obra Imagens do Inconsciente: “A psicoterapia junguiana tem por meta não só a dissolução de conflitos interpessoais, mas favorece o desenvolvimento das ‘sementes criativas’ inerentes ao indivíduo doente. E é justamente em atividades feitas com as mãos que, com bastante frequência, se revela a vida dessas ‘sementes criativas’.” (Ed. Alhambra, 1981, p.102). E continua: “Em vez dos impulsos arcaicos exteriorizarem-se desabrigadamente, lhe oferecemos o declive que a espécie humana sulcou durante milênios para exprimi-los: dança, representações mímicas, pintura, modelagem, música. Será o mais simples e o mais eficaz.”
Através das várias atividades expressivas a pessoa doente terá a oportunidade de melhor enfrentar seus conflitos internos tão terrificantemente desestruturados, fará naturalmente a transferência de energia de um nível inconsciente para outro mais consciente.
No desenho ou pintura, nos diz Carl Gustav Jung: “O tremendum é exorcizado pelas imagens pintadas, torna-se inofensivo e familiar e, em qualquer oportunidade que o doente recorde a vivência original e seus efeitos emocionais a pintura interpõe-se entre ele e a experiência, e assim mantém o terror à distância.”
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