
Maria Eduarda, talentosa desenhista
David Craveiro, que já partiu deste mundo, muito desenhava e pintava no Ateliê.
A Casa das Palmeiras é uma instituição de
terapêutica ocupacional, espaço de criatividade, estudo e pesquisa, idealizada
e fundada por Nise da Silveira, em 23 de dezembro de 1956, com a colaboração da
psiquiatra Maria Stela Braga, a educadora Alzira Cortes, a assistente social
Lígia Loureiro da Cruz, da artista plástica Belah Paes Leme e com a presença de
numerosos amigos.
A Casa era, inicialmente, na Tijuca e foi
transferida, em 1981, para o bairro de Botafogo. Seu funcionamento é em regime aberto.
Sociedade civil sem fins lucrativos. Reconhecida de utilidade pública pela lei
376 de 16/10/1963 – com atualizações periódicas.
Rua Sorocaba 800. Botafogo / Rio de
Janeiro - RJ.
Tel. (21) 2266-6465 (2ª feira à 6ª feira).
CNPJ – 33.808.486/0001-48
Palavras de Nise da
Silveira em sua obra Casa das Palmeiras
– a emoção de lidar – uma experiência em psiquiatria:
“O
principal método de tratamento empregado na Casa das Palmeiras é a terapêutica
ocupacional, mas terapêutica ocupacional no seu mais largo sentido”.
“Visamos
coordenar olho e mão, pensamento e sentimento, corpo e psique, primeiro plano
para realização do todo específico que deverá vir a ser a personalidade de cada
indivíduo”.
Todas as atividades na Casa das Palmeiras são praticadas livremente,
fazendo-se apelo à capacidade criadora que existe dentro de cada indivíduo: Pintura,
Desenho, Modelagem, Gravura, Artes Aplicadas ( bordado, tricô, tecelagem,
bijuteria, costura), Lanche, Clube Caralâmpia,
Poesia, Teatro, Expressão corporal, Jornal - O Arauto, Leitura,
Encadernação, Arranjo floral, Jardinagem, Música, Teatro, Baile, Cinema,
Televisão, Contos de Fada, Grupo cultural, Passeio.
(...) “Na Casa das Palmeiras este método
amplia-se e adquire novas conotações adequadas a esta instituição destinada ao
tratamento e a realização de egressos (ou não) de estabelecimentos
psiquiátricos. A Casa representa um degrau intermediário entre a rotina hospitalar
desindividualizada, e a vida na sociedade e na família, com seus inevitáveis e
múltiplos problemas, onde a aceitação do egresso não se faz sem dificuldades.
Rótulos, diagnósticos são, para nós, de
significação menor e não acostumamos fazer esforços para estabelecer-los de
acordo com classificação clássica. Não pensamos em termos de doenças, mas em
função de indivíduos que tropeçam no caminho de volta à realidade cotidiana”.
(...) “A tarefa principal da equipe
técnica da Casa das Palmeiras será permanecer atenta ao desdobramento fugidio
dos processos psíquicos que acontecem no mundo interno do cliente através de
inúmeras modalidades de expressão. E não menos atento às pontes que ele lança
em direção ao mundo externo, a fim de dar a estas pontes apoio no momento
oportuno.
Ricardo de Paula, expressão plástica, guache.
Convivendo com o cliente durante várias
horas por dia, vendo-o exprimir-se verbal ou não verbalmente em ocasiões
diferentes, seja no exercício de atividades individuais ou de grupo, a equipe
logo chegará a um conhecimento bastante profundo de seu cliente. E a
aproximação que nasce entre eles, tão importante no tratamento, é muito mais
genuína que a habitual relação de consultório entre médico e cliente. A
experiência demonstra que à volta a realidade depende em primeiro lugar de
relacionamento confiante com alguém, relacionamento que se estenderá aos poucos
a contatos com outras pessoas e com o ambiente. O ambiente que reina na Casa é
por si próprio, assim pensamos um importante agente terapêutico
A Casa das Palmeiras é
um pequeno território livre, onde não há pressões geradoras de angústia,
nem exigências superiores às possibilidades de resposta de seus frequentadores.
Nunca procurou a coleira
de convênios. Optou pela pobreza e a liberdade
As relações interpessoais formam-se de
maneira espontânea entre uns e outros. Distinguir médicos, psicólogos,
monitores, estagiários, clientes, torna-se tarefa ingrata. A autoridade da
equipe técnica estabelece-se de maneira natural, pela atitude serena de
compreensão, face à problemática do cliente, pela evidência do desejo de
ajudá-lo por um profundo respeito à pessoa de cada indivíduo.
Portas e janelas estão sempre abertas na
Casa das Palmeiras. Os médicos não usam jaleco branco, não há enfermeiras e os
demais membros da equipe técnica não portam uniformes ou crachás. Todos
participam ao lado dos clientes, das atividades ocupacionais, apenas
orientando-os quando necessário. “E todos fazem em conjunto o lanche, que é
servido no meio da tarde, sem discriminação de lugares especiais”.
Flávio e Rodrigo _ Férias _ Ateliê Livre _ laboratório criativo / 2025.
(...) “Essas normas inusuais existem
desde a fundação da Casa, em 1956. Não contribuíram para fomentar desordem.
Pelo contrário, seus efeitos criaram um favorável
ambiente terapêutico para pessoas que já sofreram humilhantes discriminações em
instituições psiquiátricas a até mesmo no âmbito de suas famílias; isso sem
citar, por demais óbvias, as dificuldades que se erguem no meio social para
recebê-los de volta.
A Casa das Palmeiras, comporta a
frequência de 30 a
35 clientes funcionando em regime de externato nos dias úteis, das 13 às 17h30. Assim o cliente não se
desliga de sua família e do meio social com seus inevitáveis problemas que
aprende aos poucos a superar, graças aos enriquecimentos adquiridos através das
atividades praticadas na Casa e dos laços de convivência amiga que aí se formam”.
(...) “Um método que utiliza, como
agentes terapêuticos, pintura, modelagem, música, trabalhos artesanais,
logicamente seria, na época vigente, julgado ingênuo e quase inócuo. Valeria,
quando muito, para distrair os clientes ou em certas instituições
psiquiátricas, torná-los produtivos em relação a sua economia”.
A
Casa, reafirmamos, mantém um favorável ambiente terapêutico para pessoas que já
sofreram humilhantes discriminações em instituições psiquiátricas e até mesmo
em seu entorno familiar. Espaço para reordenar as emoções feridas por quaisquer
questões emocionais, social.
Escada para os Ateliês _ desenho de visitante.
Ateliê livre _ Férias _ laboratório criativo _ Emoção de lidar com presença de visitantes produzindo em fraterna interação afetuosa.~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~