sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Nise, 14 anos de ausência e de presença eterna


Tomaz Lima / homem de bem,  Georgete e Nise (foto inédita - m.p.f.)
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Relato  - Georgete Melhem
          Em 1965 atuando como assistente de Ivan Serpa no MAM fui por ele indicada à Dra. Nise da Silveira, como monitora de pintura da Casa das Palmeiras, então funcionando na Tijuca, Rua Haddock Lobo. Lá comecei a desenvolver um trabalho, naquela época, raro.
          Dra. Nise tinha disponibilidade para acompanhar os trabalhos daqueles que frequentavam a Casa. Juntas íamos separando e observando as obras. Ela ia analisando cada uma. Mostrava a importância das formas, das cores, dos espaços, das imagens. Desta maneira, se estabelecia uma relação mais próxima entre mim e os criadores no atelier livre de arte.
          Aprendi muito, e era uma felicidade enorme. Uma alegria conviver tantos anos lá naquela Casa.
          A utilização da linguagem artística era o caminho para atingir as mais profundas chamadas do inconsciente. Durante a convivência entre os frequentadores da Casa e os artistas surgiram figuras como Darcílio Paula de Lima, artista premiado internacionalmente.
          Trabalhei com Dra. Nise durante 15 anos, e depois, alternadamente por dois e três anos, quando tive oportunidade de ser curadora de várias exposições, que resultaram na formação de um grande acervo.
          Participei do primeiro curso de Terapia Ocupacional em 1969 fazendo estágio no Centro Psiquiátrico Pedro II – Engenho de Dentro.
          Em 1966, colaborei na organização de um importante Leilão de Artes da Casa das Palmeiras, participando do mesmo com meus trabalhos, junto a muitos outros artistas plásticos brasileiros de projeção. Constando na ocasião de uma cerâmica de Picasso.
          Em 1977 fui monitora e frequentadora do curso de arteterapia. Participei nos últimos anos atuando na Casa das Palmeiras, em importantes eventos como, em 1993, curadora da exposição no Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro.

Nota – o negrito é nosso. Georgete Melhem – Artista Plástica – Foi por muito anos coordenadora/monitora nos Ateliês de Atividades Plásticas na Casa das Palmeiras. Texto - Homenagem / Quaternio de 2001 – pág. 102, Revista Nº 8 do Grupo de Estudos C. G. Jung.

Um comentário:

  1. Prezada Georgete Melhem
    Deve te sido uma experiência incrível ter trabalhado com Nise da Silveira e com os atistas do Museu do Inconsciente.
    O seu trabalho neoconcretista é fantástico; a sua produção deve ter sido pequena porque poucos trabalhos seus aparecem no mercado de arte.
    O seu convívio com o Ivan Serpa também deve ter sido para você muito enriquecedor.
    Adquiri,hoje o livro "A criação Plástica em Questão" de Walmir Ayala e já li a sua entrevista assim como do meu amigo Frank Schaeffer que tive o privilégio de frequentar o seu ateliê em Ipanema.
    A sua pintura,dentro do neococretismo é personalíssima e portanto, única.Parabéns!!!

    ResponderExcluir