quarta-feira, 29 de março de 2017

Processo criativo – Casa das Palmeiras – breve olhar

A criatividade na Casa das Palmeiras se mantém viva. Este é o seu propósito, traçado por Nise da Silveira, com a emoção de lidar cotidiana, e assim tem sido em sua longa caminhada.
Pequeno Território Livre oferecendo oportunidades à expressão da criatividade, ao processo criador de cada pessoa, em especial.
Oportunidades de expressão são oferecidas aos frequentadores assíduos da Casa, outros que passam por curto tempo, e, de rico proveito, como aprendizagem, aos estagiários e voluntários que acompanham os clientes, quando necessário.
Chega-se a Casa, interage-se com seus pares em comprimento amável ou num silêncio bem pessoal. A tônica é sentir-se em casa, num local de pertencimento, pessoal. Um espaço de acolhimento e prazer afetivo pelo convívio humano. Ao sentir-se á vontade cada um produz o que as emoções solicitam ou são estimuladas com espontaneidade.
O carro chefe é o desenho, pintura e modelagem. Muitas outras atividades expressivas são oferecidas. Mas as atividades plásticas, sem dúvida, sempre falam mais que palavras. As imagens que surgem do inconsciente são o histórico mais contundente de uma pessoa. 


Segunda feira, dia 27 de março, estamos em 2017, um amigo frequentador da Casa chega, senta-se quieto, fuma um cigarro. Por um simples estímulo ao ateliê para desenhar demonstra interesse de imediato para produzir. Concentra-se em clara tensão emocional, num mergulho sôfrego diante do papel branco sobre a mesa, de pé, com traços fortes com pastel oleoso realiza sua obra e termina com sensação de prazer.


Revelações se fazem espontâneas. Apenas registram-se alguns momentos. A sequência do trabalho é de especial importância. Fala a sua história, sua natureza sensível, seu estilo no processo criador, singular.
Dra. Nise da Silveira teve como mestre maior C. G. Jung por sua atenção plena ao mundo das imagens. Com este mestre suíço que Nise bebeu, na fonte, as referências para seu trabalho científico, as riquezas do universo imagístico como revelação dos processos internos. 
      NISE : “Nosso enorme acervo de nada servirá, será coisa morta, se não for estudado. Cabe a vocês esta tarefa, que exige ter diante de si muitos anos pela frente. Cuidar, de fender este patrimônio. Estudar, desenvolver nossos atuais métodos de pesquisa, tornando-os mais sistematizados e precisos, acompanhando sempre o desenvolvimento da Ciência, que não para nunca. Vocês não perderão seu tempo. Estas imagens surgidas do inconsciente, do mundo primordial, têm muitas coisas a revelar sobre dinamismos da vida psíquica e sobre os mistérios da atividade criadora”.
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