Nise Magalhães da Silveira
15 de fevereiro de 1905
30 de outubro de 1999
São 15 anos que Nise partiu para
outras dimensões,
outras galáxias, como ela mesma dizia.
Sua obra humana e social se mantém
viva e atuante,
seus colaboradores preservando seus valores metodológicos,
seu
legado criativo.
Todos da Casa das Palmeiras são
eternamente gratos.
Nise Vive!
Nise
sobre a produção plástica - Imagens
“Desenho e pintura não só constituem excelente meio de pesquisa, mas
igualmente são instrumentos da maior importância na terapêutica junguiana das
neuroses”.
“Certamente será muito válido interpretar e compreender as produções da
imaginação – sonhos, fantasias – nos distúrbios emocionais. Mas o caminho da
interpretação emocional não é o único caminho. Há também, segundo Jung, o
método que sugere ao indivíduo a tentativa de dar forma visível às imagens
internas que surgem em meio dos tumultos das emoções. Exprimir as emoções pela
pintura será excelente método de confrontá-las. Não importa que essas pinturas
sejam de todo desprovidas de qualidade estéticas. O que importa é proporcionar
à imaginação oportunidade de desenvolver livre jogo e que o individuo participe
ativamente dos acontecimentos imaginados”.
“Não se trata de fazer arte, diz Jung, mas de produzir um efeito sobre si
próprio. Aquele que até então permanecia passivo, agora começa a desempenhar
uma parte ativa. Lançando sobre o papel as imagens que viu passivamente,
realiza um ato deliberado. Há grande diferença entre falar sobre imagens de
sonhos e fantasias durante uma sessão analítica, e lutar durante horas com
pinceis e tintas para dar forma a imagens fugidias. Cedo o indivíduo verifica
que o ato de pintar o libera de estados psíquicos de muito sofrimento. Passará
a recorrer espontaneamente a este método e assim irá se tornando independente
de seu médico. Dando formas às imagens internas, simultaneamente, ele se modela
a si mesmo”. (Jung C. W. 16, p 48)
“Jung atribui à pintura função terapêutica. Por intermédio da pintura,
‘o caos aparentemente incompreensível e incontrolável da situação total é
visualizado e objetivado (...). O tremendum
é exorcizado pelas imagens pintadas, torna-se inofensivo e familiar e, em
qualquer oportunidade que o doente recorde a vivência original e seus efeitos
emocionais, a pintura interpõe-se entre ele e a experiência, e assim mantém o
terror à distância’. (C. W. 3, p. 260)”.
(...) “Os processos de autocura serão favorecidos se o doente sentir-se
livre no atelier, não se admitindo coações de qualquer espécie nem a presença
importuna de curiosos”.
Nise da Silveira - Imagens do Inconsciente – pgs
134, 135 -1981, Alhambra, RJ.
Saudades sempre grupo estudo MII. Sabedoria e simplicidade.
ResponderExcluirMaria Helena