quinta-feira, 1 de março de 2012

Corte e Costura

Dirigimos-nos para o Ateliê de Artes Aplicadas e Corte-Costura, eu e A.
Na segunda-feira, A., cliente da Casa das Palmeiras, aproximou-se de mim solicitando fazer algo sem definir o quê. Sugeri trabalharmos na costura fazendo uma sacola para levar o que bem desejasse. Sem relutar aceitou e com isso me predispus a orientá-lo, voltaria na quarta-feira, dia 29/02/2012.
Ao chegar, dois dias depois, fui indagada, por ele, se poderia costurar. Respondi que sim, eu trazia comigo todo o material necessário. Assim, nos dirigimos para a sala de Costura e cuidadosamente, fui mostrando como é possível fazer uma sacola bem simples.
Pedi a A. inicialmente para observar o tecido de xadrez na execução de duas sacolas. Começaríamos, apenas, uma. Atenção ao fio, desenho do pano. Ele mesmo dar um pequeno corte no pano e depois rasgar com firmeza. Sorriso diante do som do tecido ao ser rasgado com as mãos. Outra observação: ver a máquina como um todo; colocar a linha, carretilha, colocar o fio na tomada da parede, mais o pedal onde se aciona o motor.
Depois ensinar a costurar. Sempre bem devagar. Passo a passo. Saber como lidar com o motor, bem devagar e com as mãos sobre o tecido. Aos poucos foi costurando, costurando e sorrindo, suando, tenso e feliz.
A. tremia as mãos, suava. A perna direita com o pé, no motor, doía de tensões. Dizia que tinha dores na perna. Pura emoção e contentamento ao ver o trabalho sendo feito. Estado de ânimo diante da realização criadora. E feliz sorria trabalhando por duas horas seguidas >>>> das 13h30 às 15h30. Cansado e já tendo feito as alças, eu terminei prendendo as mesmas na sacola, por ser bem mais difícil. Realização alcançada.
No final, firme e afetuosa eu disse para A. as palavras de Nise: "Emoção de Lidar, é lidar com os materiais; pegar, sentir, lidar com as mãos ao fazer algo toca a emoção".
Emoção de lidar não é só estar com as pessoas; é permitir realizar algo que nos dê prazer. Produzir e ver o resultado da criatividade é saber lidar com as emoções.
“Gostei, gostei e me senti útil, não fiquei rodando pela Casa, sem fazer nada, estou feliz, puxa vida!”, foram suas palavras, sorrindo. (M.)
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